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Abiquim encerra Simpósio de Cultivo Protegido com debate sobre inovações tecnológicas

‘Inovações Tecnológicas em cultivo protegido’ foi pauta da Abiquim no encerramento do Simpósio de Cultivo Protegido

O painel temático contou com a participação de Daniella La Torre, especialista técnica da Basf; Ana Paiva, coordenadora de Desenvolvimento de Mercado Agro da Braskem; Eliandro Felipe, head of BU Additives LATAM da Clariant; Carolina Segundo, gerente de Contas Especiais da Cargill; e Fabiana Grossi, gerente de Mercado da ExxonMobil. Na moderação, Rafael Viñas, gerente da Fundação Espaço Eco.


Na abertura do evento, Henrique Carvalho, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças, enfatizou o êxito do Simpósio, que segundo ele, reuniu vários pensadores e atores do Cultivo Protegido e da Plasticultura do País, resultando numa jornada de altíssimo nível.


Em seguida, Carolina Ponce de León, assessora de Comissões Setoriais da Abiquim, fez uma apresentação sobre o grupo de Plasticultura da Abiquim, o qual ela coordena e que surgiu da necessidade de disseminação de informações sobre o uso correto do plástico na agricultura para toda a cadeia. Ela relacionou os objetivos do grupo, entre eles, entender o fluxo de informações atual e promover o conhecimento em toda cadeia de valor do filme agrícola, implementar iniciativas para garantir que os produtos plásticos oferecidos ao agronegócio atendam aos requisitos mínimos de qualidade exigidos por cada aplicação e acompanhar e apoiar a estratégia setorial para a economia circular. Ela mostrou ainda o plano de trabalho do GT e compartilhou as conquistas ao longo de sua trajetória.  


“Plasticultura é o termo que descreve o uso de todos os materiais plásticos na agricultura e em suas atividades produtivas. Os produtores que usam o sistema de plasticultura chegam a dobrar e até triplicar seus rendimentos, além de duas ou 3 semanas antes do que é possível com as práticas tradicionais de cultivo. Esse mercado consome 4% de todos os plásticos fabricados no planeta, cerca de 15 milhões de toneladas por ano”. Com essa introdução, o moderador Rafael Viñas deu início ao painel, já questionando os painelistas se Plasticultura pode ser considerado como um modelo de negócios para um desenvolvimento sustentável e quais seriam as suas principais aplicações e como elas se relacionam com os distintos elos da cadeia de valor.


Segundo Eliandro Felipe, é bem ampla a gama de aplicações que acabam se conectando com os diferentes elos da cadeia de valor do cultivo protegido e inclusive, pecuária. As mais tradicionais, segundo o head da Clariant são as estufas e coberturas de cultivo protegido, seja para hortaliças ou frutas. “Temos ainda o processo de envase e, na sequência, transporte, deixando claro como a plasticultura está diretamente ligada ao produtor agrícola, já que seus objetivos são reduzir desperdícios e o consumo de insumos e água e aumentar a qualidade do produto final, além da produtividade. Ou seja, todos esses aspectos se conectam com a sustentabilidade”, afirmou. 


Fabiana Grossi ressaltou a complexidade da cadeia de valor do agronegócio, já que o Brasil não conta com um ambiente regulamentado. “É essencial, portanto, a união, a colaboração e o compartilhamento de informações entre as diferentes áreas que envolvem o negócio como um todo, por meio de projetos, inovação e digitalização, no sentido de aumentar o rendimento e usar os recursos de uma forma mais eficiente”, enfatizou. Ela citou, por exemplo, um trabalho realizado entre produtores de resinas juntamente com produtores de aditivos no sentido de garantir uma estufa que dure mais ou que promova uma excelente utilização na radiação para um determinado tipo de cultura, ou seja, conseguir a melhor resina com o melhor aditivo. “Esse é o ideal; teremos, consequentemente, uma melhor produção por hectare e melhor perfil de um determinado tipo de cultura. É nosso papel, sobretudo, solucionar, por exemplo, um problema de insegurança alimentar no mundo; o plástico pode dar contribuições inquestionáveis.”


Dentro desse contexto, Ana Paiva afirmou que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada nove pessoas no mundo estão subalimentadas, o que representa 815 milhões de pessoas. Projeções da instituição apontam que em 2050 esse número saltará para 2 bilhões de pessoas. “A fome tem por definição um quadro de pessoas que não têm acesso permanente a uma alimentação, seja em quantidade e qualidade para que elas tenham uma vida saudável e ativa”, pontuou. Ainda de acordo com a ONU, Ana disse que as causas da insegurança alimentar estão relacionadas em tornos de três eixos: produção de alimentos e produtividade, crescimento da população e crises econômicas.


No âmbito da plasticultura, continuou a executiva da Braskem, a estufa, por exemplo, mesmo em um ambiente adverso, possibilita atingir altos índices de produção. “Israel, que é um deserto, consegue produzir alimentos graças à plasticultura. A região seca de Almería, na Espanha, é mais um exemplo. Por meio de um sistema de irrigação por gotejamento, ela promove o uso eficiente da água, ou seja, 95% da água colocada no solo, é absorvida pela planta. Mais uma vez, conferimos como a aplicação do plástico tem um papel relevante no sentido de garantir maior produtividade, usando menos recursos”, completou.


Daniella La Torre apontou os maiores desafios e oportunidades relacionados à destinação dos resíduos da plasticultura, que nada mais são do que os resultados das operações agrícolas e materiais indesejados, e que não estão diretamente ligados ao cultivo ou criação de animais. Ainda pegando o exemplo da estufa na produção de hortaliças, a especialista técnica da Basf explicou que com o tempo, há uma perda de transparência, o que significa perda de produtividade. Esse plástico que é removido, portanto, se torna um resíduo que pode ser transformado em uma nova matéria prima para um novo produto. “O que precisa ser amplamente divulgado dentro dessa cadeia de valor é que esses resíduos podem gerar receita e até ser usados novamente na própria agricultura”. La Torre disse ainda que uma das grandes dificuldades é captar esses resíduos de forma estruturada, uma vez que existem fazendas espalhadas por todo o Brasil. Em se tratando de estufas, há uma concentração em algumas áreas o que é bom, já que facilita a coleta e a destinação. “Outros tipos de plásticos, porém, como o utilizado em cilo bolsa está no centro-oeste, norte e nordeste. E por vezes está muito longe dos grandes centros. Com isso, o plástico na agricultura ainda fica no âmbito linear. Para que se implemente efetivamente uma economia circular é preciso pensar diferente, pensar sistematicamente e a longo prazo. Pensar em gerar oportunidades econômicas e novos negócios em prol dos benefícios ambientais e sociais”, ressaltou La Torre, complementando que com a reciclagem, por exemplo, se fomenta a indústria social, a indústria dos catadores.


Entre os destaques da apresentação da Carolina Segundo, com relação às inovações para a plasticultura, ela afirmou que hoje, o grande objetivo da indústria é o de promover iniciativas pensando no uso consciente e de uma reciclabilidade de todos os plásticos que são utilizados no agronegócio. “Alternativas, sobretudo, para acondicionar fertilizantes, para a questão de irrigação através de tubos, embalagens plásticas produzidas a partir de polímeros. Desenvolver ainda, tecnologias que sejam compatíveis com essa matéria-prima que é o plástico. Enfim, essa é a grande demanda do agronegócio.” Segundo ressaltou também que a indústria tem muitos estudos para reduzir gotejamentos dessas estufas que são muito utilizadas, reduzir sujidades para facilitar a questão da reciclagem mecânica, diminuir a troca de filmes, bem como a quantidade de materiais abrasivos que normalmente é necessária para se fazer a lavagem de um material para que ele possa ser destinado corretamente. Esse é o pensamento e o objetivo maior da indústria hoje.


Para acompanhar os sete encontros do Simpósio de Cultivo Protegido, cada um deles na íntegra, clique aqui


Informações adicionais e esclarecimentos podem ser obtidos com Carolina Ponce de Léon, assessora de Comissões Setoriais da Abiquim, pelo e-mail carolina.poncedeleon@abiquim.org.br???????

Fonte: https://abiquim.org.br/comunicacao/noticia/10527

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