“A substância química tem riscos que são avaliados. No registro de um defensivo agrícola, temos a participação do Ibama, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ver os impactos na saúde humana, e depois os dados são coletados e organizados pelo Ministério da Agricultura para o registro final”, disse.

O comunicado do órgão foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) na terça-feira (2) e informa que a proibição vale para a pulverização foliar dos produtos, ou seja, quando a aplicação não é direcionada ao solo ou às plantas. “Nos parece, quimicamente, que há um desvio de finalidade: a aplicação foliar, quando tem essa aplicação aérea, aumenta a probabilidade de que essa substância química vá parar em outros cultivos, inclusive, um caso grave, o da apicultura”, explicou.

Na justificativa, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou que estudos científicos demonstraram que esses defensivos, se aplicados dessa forma, são tóxicos às abelhas, essenciais à polinização. Por isso, o órgão alerta que esses agrotóxicos não devem ser usados em períodos de floração das plantas.

Ubiracir Lima observou, ainda, que a medida cautelar não é nova, e já foi adotada pelo Ibama em outras ocasiões quando houve acidentes com defensivos. “Temos um caso grave e há uma medida cautelar de suspensão para avaliação justamente do que aconteceu. Tem uma série de dados atrás que precisam ser reorganizados e compilados para uma tomada de decisão final”, finalizou.

O Sistema CFQ/CRQ está acompanhando, e se coloca à disposição para colaborar com os setores envolvidos.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/cfq-debate-suspensao-do-uso-de-defensivos-agricolas-a-base-de-fipronil/