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Setor sucroenergético é foco do primeiro Quimtec de 2023

A primeira edição de 2023 do Quimtec, iniciativa do Sistema CFQ/CRQs para auxiliar profissionais técnicos da Química na gestão de seus negócios, trouxe como tema central a cana-de-açúcar e o setor sucroenergético.

O evento, realizado nessa segunda-feira (17), contou com a participação de Érika Santana, professora do Departamento de Tecnologia Sucroalcooleira da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O evento contou, ainda, com mediação da conselheira federal Raquel Fiori e com os depoimentos de Alberto José da Mota Silveira, presidente do CRQ de Alagoas (CRQ XVII), e Rodrigo Moura Rodrigues, conselheiro federal por Minas Gerais. Os depoentes também responderam a dúvidas e perguntas sobre o setor sucroenergético e a atuação do Profissional da Química na área.

Sobre esse assunto, Rodrigo frisou que “a qualificação técnica é extremamente importante, mas o conhecimento da legislação afeta a atividade da Química, seja qual for a modalidade. Por isso é importante conhecer o que diz a nossa legislação e saber dos nossos direitos e deveres”, avisou. Ele apresentou algumas modalidades de atuação técnica nesse setor, como técnico em agroindústria, em açúcar e álcool, em alimentos, em análises clínicas e em biocombustíveis.

Érika Santana também comentou sobre a importância da participação do Profissional da Química no setor. “A atuação do Profissional da Química no setor sucroenergético envolve a avaliação da qualidade da matéria-prima, etapas de produção do açúcar e do álcool, visando qualidade, rendimento e controle de perdas.”

Érika começou a palestra mencionando os diversos usos para a cana-de-açúcar. Ela explicou sobre o setor e as derivações da matéria-prima, considerada uma das principais fontes de energia renovável do país. A professora falou também sobre os processos da produção do etanol por meio do mel e do caldo da cana-de-açúcar. “Vinhaça é o resíduo da produção do álcool”, exemplificou a palestrante.

A cana-de-açúcar, segundo a palestrante, pode ser utilizada como matéria-prima para produção de etanol, bioeletricidade, açúcar, plásticos, cosméticos e como crédito de descarbonização. Ela afirmou que “a estimativa de produção de cana-de-açúcar para 2022/2023 é de 598,3 milhões de toneladas”.

Sobre os impactos positivos que o setor pode trazer para o meio ambiente, com processos cada vez mais sustentáveis – como otimização, do consumo de água, preservação de matas nativas e recuperação de centenas de nascentes –, ela comentou: “o etanol da cana é capaz de reduzir 73% das emissões de CO2 quando comparado com a gasolina”.

A redução ou compensação da emissão de gases de efeito estufa como o gás carbônico também tem sido uma meta desse setor. De acordo com Érika, o lançamento dos veículos flex deu aos motoristas a opção de abastecer com etanol, biocombustível considerado mais limpo. O etanol tem potencial para reduzir até 90% das emissões de gás carbônico, se comparado aos combustíveis fósseis.

A respeito desse tema, Alberto Jorge, presidente do CRQ XVII, acrescentou: “Tudo aqui tem um fim, é um produto para o mercado. E os agentes do mercado somos nós, pessoas físicas, as empresas, o governo, e nós, por decisões políticas, podemos ter essas opções diferentes”. Ele disse, ainda, que é importante “investir na inovação tecnológica” quando se trata desse setor.

Ainda segundo a palestrante, a indústria do etanol de segunda geração busca otimização tecnológica para viabilizar sua produção economicamente. “Essa indústria não impacta nem compete com outras culturas alimentares pois é gerada em cima do bagaço”, disse Érika Santana.

A professora da UFPB, que também é pós-doutora na área de Recuperação Avançada de Petróleo, trouxe também um tema caro aos brasileiros: a cachaça. De acordo com Santana, “cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com teor alcóolico entre 38% vol. a 48% vol. a 20 ºC”, definiu.

Veja aqui o evento completo.

Currículo
Érika Santana é professora no Departamento de Tecnologia Sucroalcooleira da UFPB e possui pós-doutorado na área de Recuperação Avançada de Petróleo. É doutora, mestre e graduada em Engenharia Química. Além disso, possui experiência em Microbiologia Industrial e Fermentação e supervisão em Produção Industrial. Fez estudos em diversas áreas, como tecnologia de tensoativos, produção de açúcar e etanol e reaproveitamento de resíduos. Érika tem certificação de classificadora de açúcar e ajudou na produção e distribuição de etanol antisséptico durante a pandemia de Covid-19.

Já Raquel Fiori, a mediadora do painel, é doutoranda na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui licenciatura em Ciências de 1º grau, licenciatura em Química de 2º grau e graduação em Química Tecnológica, Industrial e bacharel pela PUC-RS. Conta ainda com especialização e mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos no ICTA /UFRGS e é conselheira federal do CFQ.

Alberto José da Mota Silveira é o atual presidente do Conselho Regional de Química de Alagoas (CRQ XVII) e mestre em Energia de Biomassas. Possui especialização em Gestão Ambiental e Urbana e graduação em Engenharia de Materiais.

Rodrigo Moura Rodrigues é conselheiro federal, advogado, ex-conselheiro de Meio Ambiente do município de Belo Horizonte (MG) e mestre em Direito Ambiental pela Escola Superior Dom Helder Câmara. É especialista em Ciências Criminais pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus e especialista em Direito Público e graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). É técnico em Química Industrial pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG) e atuou como consultor e técnico responsável por dez anos em tratamento e distribuição de águas subterrâneas para consumo humano.

Fonte: https://cfq.org.br/noticia/setor-sucroenergetico-e-foco-do-primeiro-quimtec-de-2023/

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