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Professora da UFPel ganha prêmio internacional da área de química

Distinção da União Internacional de Química Pura e Aplicada será entregue em agosto em Haia, na Holanda. A professora Márcia Foster Mesko trabalha com química analítica e desenvolve métodos para determinar elementos em diferentes produtos.

Um prêmio que foi criado para reconhecer e promover o trabalho de mulheres nas áreas de química e engenharia química em todo o mundo será entregue este ano à professora Márcia Foster Mesko, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A distinção concedida pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) será entregue em agosto, em Haia, na Holanda.

"Eu acho que essa visibilidade é importante para todos nós, como membros da universidade, como gaúchos, como brasileiros. Acho que isso sempre nos traz orgulho quando a gente vê, e quando é no grupo da gente, é meio inacreditável. A gente nunca acha que o que faz é tão relevante assim, então, também é legal parar um pouquinho e pensar que, realmente, a gente vem fazendo trabalho importante", afirmou a pesquisadora em entrevista ao g1.

Além do impacto social de "valorizar um pouco do que é nosso", a professora acredita que, na instituição, a premiação "abre outros caminhos". Márcia entende que a distinção ajuda a consolidar o trabalho que vem sendo desenvolvido, já que áreas como a química são relativamente novas e não tão tradicionais como saúde, por exemplo. A pesquisadora trabalha com química analítica.

"Nós desenvolvemos métodos mais rápidos, dentro dos princípios da química verde, que sejam ambientalmente amigáveis, e que não infiram riscos ao analista. Então, a gente vem revendo alguns métodos para análise de medicamentos, para análise de alimentos, para a parte ambiental, de cosméticos ou propondo novos métodos", explica.
A pesquisadora espera ter mais parcerias com indústrias, mas esta ainda não é a realidade. "A gente sempre busca desenvolver trabalhos que cheguem na sociedade de uma maneira mais efetiva, mas a gente ainda não tem muito essa cultura, principalmente fora dos grandes centros."

Um exemplo para o trabalho feito pelo grupo que a pesquisadora coordena é análise de medicamento. "A gente já tem métodos que foram propostos pelo nosso grupo, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria, que hoje são métodos oficiais para fazer análises de controle de qualidade de medicamentos e insumos farmacêuticos no geral."

A professora destaca que o grupo é referência na área e vem sendo procurado, inclusive por pesquisadores do exterior para desenvolver métodos para determinação, em especial, dos halogênios, como bromo, iodo, flúor, cloro. "A gente tenta conhecer mais da toxicidade ou da essencialidade dos elementos."

A pesquisadora é a única brasileira na lista de 12 premiadas anunciada no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, em 11 de fevereiro. A seleção teve base na excelência em pesquisa básica ou aplicada, realizações em ensino ou educação e demonstração de liderança ou gerência na química. A indicação das candidatas é feita por outros profissionais da área. O prêmio é concedido desde 2011.

Márcia ressalta que a formação de pesquisadores é parte essencial do trabalho. "Formar alunos de iniciação científica, pós graduação, nível mestrado e doutorado, também faz parte desse papel dentro da instituição." Ela lembra ainda o período pandêmico, que aproximou a sociedade da ciência.

"A gente espera sempre que as pessoas tenham mais carinho pela ciência, acho que todo mundo percebeu nessa época de pandemia o quão importante foi a estrutura que a gente já tinha para desenvolvimento de pesquisa, e vários grupos se reinventaram nesse período com a competência que tinham para auxiliar em toda a demanda que gerou a Covid. Acho que a sociedade agora está prestando pouco mais de atenção nessa parte, do quão importante é a gente estar preparado para determinadas situações."
Os estudos contam com financiamento de agências de fermento à pesquisa: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico é uma entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para Incentivo à Pesquisa (CNPq). "Nossas pesquisas são quase 100% fomentadas por essas agências", ressalta.

Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/03/02/professora-da-ufpel-ganha-premio-internacional-da-area-de-quimica.ghtml

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